Saturday, October 21, 2006

Rabiscos e prostitutas

A placa ao lado do bordel dizia em letras escarlates: Reabriremos esta noite. Não (se) percam! "Reabertura?", penso eu, "Que as portas, as mentes e as pernas estejam sempre abertas!".

Val d'Amour

-Entrem! Entrem! Sou Val d'Amour, a cafetina, senhora das cortesãs. Aproximem-se, cavalheiros. Divirtam-se com as meninas! Embriaguem-se com vinho e droguem-se com poesia e outros produtos ilícitos. Aqui tudo é permitido! Aqui tudo é livre como a madrugada que corre solta lá fora!
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-Ele disse que eu era fechada. Hermeticamente. À vácuo. Eu repliquei. Não era verdade. Eu me abria para qualquer um que pudesse pagar...

A moléstia da cachorra (ou algo que não sei ainda)

-Matrioshka, dá uma dose de whisky. Dupla. Sem gelo, que hoje eu quero botar fogo nesse cabaré! Sem meias palavras. Sem moral(ismo). Sem vergonha. Sou puta dizendo ser meretriz pra soar melhor. Um copo de rum? De bebida quente agora me basta a porra! Sou assim - escrachada, arregaçada, desavergonhada e o caralho a quatro. Não, já disse! Não quero rum! Só quero minhas palavras chulas e essa platéia que me quer. E cala essa boca que hoje eu tô louca pra fazer um strip recitando Baudelaire!